Veio da favela, preto, sem apoio de ninguém: “Henrique Peixoto” e “Avamdi” realizam uma das maiores festas da história de Itamaraju
Itamaraju viveu, nos dias 22 e 23 de novembro de 2025, um dos momentos mais marcantes de sua história recente. O “Itafolia”, idealizado e realizado pelo itamarajuense Henrique Peixoto, em parceria com Avamdi, entrou para o calendário festivo da cidade como um exemplo de resistência, superação e competência organizacional.
De origem humilde, vindo da favela, preto, guerreiro e sem apoio algum do poder local, Henrique transformou um sonho ousado em um evento grandioso que conquistou o sorriso e a admiração de toda a população.
Com um mega trio elétrico que incendiou a Avenida ACM, a festa arrastou uma multidão impressionante, reunindo famílias, jovens, crianças e foliões apaixonados pelo clima de alegria e irreverência. A energia tomou conta da avenida do início ao fim, transformando os dois dias de festa em um marco histórico para Itamaraju.
Os shows ficaram por conta de nomes que levantaram o público e fizeram a cidade pulsar. Groovavai, Psirico e Jarley e outros cantores que comandaram o espetáculo musical, garantindo uma programação de alta qualidade que manteve a multidão dançando, cantando e celebrando até o último minuto.
A presença desses artistas reforçou o brilho do Itafolia, que já nasce gigante e consolidado como um evento popular de respeito.
A festa também se destacou pelo esquema de segurança, cuidadosamente organizado para garantir paz e tranquilidade aos participantes. O planejamento contou com equipes capacitadas distribuídas por toda a avenida, resultando em noites marcadas pela harmonia e pelo respeito mútuo — algo essencial para grandes eventos de rua.
Mesmo sem apoio da gestão local, o Itafolia impressionou pela organização impecável. Estrutura, logística, sonorização, segurança e atendimento ao público foram destaques elogiados por quem participou. Para muitos moradores, este foi o evento mais organizado já realizado em Itamaraju, elevando o padrão das festas populares da cidade.
Além do espetáculo cultural, o Itafolia movimentou a economia do município. Comerciantes, ambulantes, produtores locais e trabalhadores temporários viram no evento uma oportunidade de renda. Pessoas que estavam desempregadas conseguiram trabalho, reforçando a importância social e econômica da festa.
A chuva que caiu durante o evento não foi capaz de apagar o brilho da celebração. Pelo contrário: em meio às gotas, a multidão continuou sorrindo, dançando e vivendo momentos de pura emoção. A energia dos foliões e a vibração contagiante do trio elétrico mostraram que o espírito do Itafolia era maior que qualquer contratempo climático.
O resultado não poderia ser outro: o Itafolia entrou para a história. Entrou com força, identidade, coragem e representatividade.
Entrou como um evento construído por quem acredita no seu povo, na sua cidade e na força da cultura popular.
E por trás de tudo isso estava ele: Henrique Peixoto, o jovem preto, humilde, trabalhador e determinado, que veio da favela e mostrou para Itamaraju — e para quem quiser ver — que quando existe coragem, organização e vontade de fazer o bem, nenhum obstáculo é capaz de impedir a realização de um sonho.
Por: Alexsandro Vieira / Itamaraju Urgente
